quinta-feira, 28 de março de 2019

“O caminho da Luz atinge-se através do estudo da ciência da Moral”



Alberto d'Assumpção
“O caminho da Luz atinge-se através do estudo da ciência da Moral”

O caminho da Luz simboliza o Conhecimento, a Sabedoria ou a Fé. Simboliza a consciência do criador da vida.
Este conhecimento, esta sabedoria, faz parte da vontade que o maçom tem de no seu dia a dia analisar e melhorar com os seus atos, todos nós:
- já ficamos com medo de entrar em combate
- já perdemos a fé no futuro
- já trilhamos um caminho que não era o Nosso
- já dissemos que sim quando queríamos dizer não
- já falhamos nas Nossas obrigações espirituais
- já ferimos alguém que amávamos
Pelo fato de passarmos por tudo isso, e não perdemos a esperança de sermos melhores do que éramos, estamos no caminho da Luz.
No caminho observamos as regras, as convenções, os tabus, que orientam a Sociedade, como individuo efetuamos os nossos julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.
Devemos tentar compreender e explicar de forma racional, fundamentada, cientifica e teórica, estes conhecimentos levam-nos à ética.
São estes pilares, da ÉTICA e da MORAL, que nos permitem construir como Maçons, a conduta do homem, exaltando o seu caráter, o altruísmo a fraternidade a bondade de ensinar e aprender a melhor forma de agir e e se comportar em sociedade.

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Breves considerações sobre “A JUSTIÇA”

JUSTIÇA - Armando Alves

Breves considerações sobre “A JUSTIÇA”

Sócrates - tem uma visão universal de Justiça “Justiça é virtude e sabedoria; e a injustiça maldade e ignorância

A Justiça é uma ideia descoberta, que emerge do mais recôndito de nós mesmos. O homem é capaz de avaliar o justo e o injusto, mas desconhece o princípio que lhe permite efetuar semelhante avaliação. É um julgamento subjetivo de valor que não pode ser analisado cientificamente, como refere Hans Kelsen.

Na Idade Média – São Tomás de Aquino definiu a Justiça como sendo a disposição constante da vontade de dar a cada um o que é seu – suum cuique tribuere – reclamando como verdadeiro e perpetuo objetivo para o homem a vontade de buscar a justiça.
Se somente a vontade de Deus é perpétua e se a justiça é uma perpétua vontade, então a Justiça só pode estar em Deus”.

O Direito, o mundo do Direito que mais não é que o mundo quotidiano visto do outro lado do espelho, procura regular as relações interpessoais com estabilidade e sabedoria para alcançar aquele desiderato que o anima e com que se confunde, a Justiça.
Daí, também, a necessidade de saber e fazer administrar a Justiça. O cidadão é agora
o individuo, não já diluído em conceito, mas afirmado enquanto realidade concreta.
O Direito deixa de valer tão só pela afirmação do seu conteúdo, sempre geral e abstrato, mas também pelo significado social do resultado da sua aplicação. A realização e concretização da Justiça.

Já não é a vida tornada norma, mas sim um conjunto de regras que, em cada caso, hão-de ligar-se às exigências concretas da vida.
Entre esta e a lei não se estabelece uma relação de subsunção, mas um diálogo em busca da sua melhor conferência recíproca.
Na atual época, dita postmodernidade, privilegia-se a ética, o humanismo, o respeito
da natureza, a abertura às transcendências e proclama-se o primado do homem sobre as coisas.
No direito, como valor cultural e ligado à vida, a postmodernidade aprofunda a sua dimensão cultural e diálogo com outras áreas, nomeadamente a sociologia, numa busca constante de manter a sua dimensão ética e procura de Justiça.
Só que, esta nova época tem sempre a sua componente utópica, sempre descrita e anunciada por intelectuais, pois as demais pessoas vivem as coisas, sem as pensar.
Atualmente, a nossa sociedade, nós, somos guiados mais pelos nossos anseios que pelo amor à verdade e corremos o risco de construir um tempo presente utópico, mascarado do desejo do nosso sonho.
O Direito sem a balança para pesá-lo é força bruta e irracional. É necessário equilíbrio, equidade, ponderação e igualdade de decisões para se fazer Justiça;
Sem a espada, para obrigar a sua aplicação, o direito é fraco, não evidencia coragem,
ordem, regra e o que mais a razão dita.
Sem a venda nos olhos, periga a imparcialidade, o desejo de nivelar o tratamento de todos por igual, sem nenhuma distinção. Periga a objetividade e o princípio de que todos são iguais perante a lei.
Estes são os símbolos do Direito e da Justiça; que a enformam e determinam.

Ulpiano, jurista romano disse e defendeu que o ideal de justiça é:
“Honeste vivere, Alterum Non Laedere, Suum Cuique Tribuere” (Viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence)
E, a meu ver, é!...

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“O caminho da Luz atinge-se através do estudo da ciência da Moral”


Alberto d'Assumpção
“O caminho da Luz atinge-se através do estudo da ciência da Moral”

Para o maçom a luz é sinónimo de sabedoria. E todo o percurso que o obreiro faz é no sentido de atingir a luz ou a sabedoria tornando-se um homem melhor.
Então o que é a ciência da moral? Será o conjunto de regras de bom senso para decidir o que está bem ou mal? Ou seja dos bons costumes!
Para o Maçon são os 12 landmarks. O juramento de Hipócrates é uma das regras que todos os médicos fazem para exercer a sua actividade. Mas, existem variados códigos deontológicos de acordo com a profissão de cada um, diria em abstracto que todos esses códigos terão em comum a prática da actividade pelo bem e para o bem da comunidade.
O estudo da ciência da moral está conotado com a ética. A Sólon (1) atribui-se a obra Ética na Política.
Mas, o que é a moral? (2) (…) “Guiamo-nos (3) pela intuição e por um código apreendido de regras de bom senso para decidir sobre questões de ética e de moral (…)
Quando foi clonada a primeira ovelha (Dolly), alguém disse que se tinha aberto a “caixa de pandora”, a ciência ultrapassou -se a si mesma. Entretanto foram-se clonando partes de tecido humano, depois alguns órgãos com fins medicinais e descobriu-se que um cientista conseguiu clonar pelo menos dois seres humanos.
O cientista que clonou dois seres humanos terá sido punido pelo colégio da Ordem dos Médicos responsável pela ética ou talvez Bio-Ética!
Para algumas comunidades, para alguns políticos,  a moral é unicamente o conjunto de regras que eles acreditam ser as de bom senso, e por isso quando foram eleitos a primeira coisa que fizeram foi fechar as fronteiras a quem fosse de países considerados uma ameaça para a nação. Com essa atitude moralista de criar um país grande, foi esquecido que a grande força motora da sabedoria daquele país são cidadãos doutorados e pós doutorados oriundos de vários pontos do globo.
Ora, o Dr. Michio Kaku (4) diz que a arma secreta dos Estados Unidos da América são precisamente estes catedráticos que entraram no país com visto especial por causa da sua sabedoria e que por isso criaram Sillicon Valley.
Com a construção de muros e barreiras por causa de uma moral conservadora e ultrapassada estes sábios poderão criar outras incubadoras do saber em vários outros países, dando o exemplo da Índia ou da China.
A moral conotada com as intuições próprias pode ser um travão ao desenvolvimento social e humano.
Na actualidade, será que faz sentido citar um livro sagrado para absolver um agressor de violência doméstica? Fará sentido desculpabilizar um agressor no caso de violação porque a vítima não mostrou resistência? Quando estudo de 2017 elaborado por investigadores suecos com a amostragem de 298 vítimas de violação concluiu que 70% dessas vítimas sofreu do fenómeno de paralisia involuntária durante o acto da violação.
Essa é a moral de quem tem poder de decisão!
E o futuro que aí se avizinha? Na era da robotização, da inteligência artificial?
Para o filósofo Alfredo Marcos (5), “os aspectos nos quais se busca o suposto melhoramento do ser humano abarcam, desde as capacidades físicas e intelectuais, até as emoções, a longevidade e a prolongação da juventude (BERTOLASO, 2010).”
Também é possível que em algumas de suas aplicações essas técnicas resultem perigosas, desnecessariamente arriscadas, contrárias à ética e à dignidade das pessoas, injustas desde o ponto de vista social e até simplesmente inúteis.” (…) A atitude de humildade intelectual e de falibilismo, assim como os princípios prudenciais, devem permanecer vigentes em todo momento.
Ou seja, a sabedoria não pode ficar amordaçada nas balizas das regras do que alguém define ser moral, mas, pelo contrário antes ambas Sabedoria e Moral devem co-existir, e evoluir no melhoramento da humanidade.
NOTAS:
1 Atenas (638-558 a.C.), foi considerado pelos gregos como um dos sete sábios da Grécia.Num texto atribuído a Higino, os sábios serão: Piataco de Mitilene, Periandro de Corinto,Tales de Mileto, Solon de Atenas, Quilon de Esparta, Cleóbulo de Lindos e Bias de Priene.
2 https://www.publico.pt/2014/07/20/ciencia/noticia/o-que-e-a-moral-1663393
3 Idem
4 Físico e teórico americano (24 de Janeiro de 1947 em S. José California)

5 Docente de Filosofia na Universidade de Valladolid- Espanha)
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