quinta-feira, 28 de março de 2019

Breves considerações sobre “A JUSTIÇA”

JUSTIÇA - Armando Alves

Breves considerações sobre “A JUSTIÇA”

Sócrates - tem uma visão universal de Justiça “Justiça é virtude e sabedoria; e a injustiça maldade e ignorância

A Justiça é uma ideia descoberta, que emerge do mais recôndito de nós mesmos. O homem é capaz de avaliar o justo e o injusto, mas desconhece o princípio que lhe permite efetuar semelhante avaliação. É um julgamento subjetivo de valor que não pode ser analisado cientificamente, como refere Hans Kelsen.

Na Idade Média – São Tomás de Aquino definiu a Justiça como sendo a disposição constante da vontade de dar a cada um o que é seu – suum cuique tribuere – reclamando como verdadeiro e perpetuo objetivo para o homem a vontade de buscar a justiça.
Se somente a vontade de Deus é perpétua e se a justiça é uma perpétua vontade, então a Justiça só pode estar em Deus”.

O Direito, o mundo do Direito que mais não é que o mundo quotidiano visto do outro lado do espelho, procura regular as relações interpessoais com estabilidade e sabedoria para alcançar aquele desiderato que o anima e com que se confunde, a Justiça.
Daí, também, a necessidade de saber e fazer administrar a Justiça. O cidadão é agora
o individuo, não já diluído em conceito, mas afirmado enquanto realidade concreta.
O Direito deixa de valer tão só pela afirmação do seu conteúdo, sempre geral e abstrato, mas também pelo significado social do resultado da sua aplicação. A realização e concretização da Justiça.

Já não é a vida tornada norma, mas sim um conjunto de regras que, em cada caso, hão-de ligar-se às exigências concretas da vida.
Entre esta e a lei não se estabelece uma relação de subsunção, mas um diálogo em busca da sua melhor conferência recíproca.
Na atual época, dita postmodernidade, privilegia-se a ética, o humanismo, o respeito
da natureza, a abertura às transcendências e proclama-se o primado do homem sobre as coisas.
No direito, como valor cultural e ligado à vida, a postmodernidade aprofunda a sua dimensão cultural e diálogo com outras áreas, nomeadamente a sociologia, numa busca constante de manter a sua dimensão ética e procura de Justiça.
Só que, esta nova época tem sempre a sua componente utópica, sempre descrita e anunciada por intelectuais, pois as demais pessoas vivem as coisas, sem as pensar.
Atualmente, a nossa sociedade, nós, somos guiados mais pelos nossos anseios que pelo amor à verdade e corremos o risco de construir um tempo presente utópico, mascarado do desejo do nosso sonho.
O Direito sem a balança para pesá-lo é força bruta e irracional. É necessário equilíbrio, equidade, ponderação e igualdade de decisões para se fazer Justiça;
Sem a espada, para obrigar a sua aplicação, o direito é fraco, não evidencia coragem,
ordem, regra e o que mais a razão dita.
Sem a venda nos olhos, periga a imparcialidade, o desejo de nivelar o tratamento de todos por igual, sem nenhuma distinção. Periga a objetividade e o princípio de que todos são iguais perante a lei.
Estes são os símbolos do Direito e da Justiça; que a enformam e determinam.

Ulpiano, jurista romano disse e defendeu que o ideal de justiça é:
“Honeste vivere, Alterum Non Laedere, Suum Cuique Tribuere” (Viver honestamente, não ofender ninguém, dar a cada um o que lhe pertence)
E, a meu ver, é!...

ELBF22

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