Federico Eguia
Este balaústre terá talvez pouco a ver com os temas e reflexões propostos dos
diversos graus.
Trata
de uma interiorização, reflexão e sobretudo um abrir da alma perante o que me
rodeia em loja e fora dela.
De
há muito, martela no meu cérebro as palavras rituais dos veneráveis no final de
cada ritual sobre o campo possível de intervenção e possibilidades que se abre
ao maçon no mundo profano.
Poucas
vezes encontro fundamento prático, objectivo e fundamentado nos trabalhos das
lojas.
Poucas
pranchas, estas muitas vezes repetem e refletem o saber adquirido já escrito,
raras vezes o aprendiz, companheiro ou mestre abre seu coração. Raras vezes
partilha sua vida, sua profissão, seus anseios, suas ideias,seus ideais.
Tenho
para mim que o ritual sublime deve inspirar-nos, motivar-nos, encorajar-nos a,
descendo ao fundo de nós mesmos, partilharmos esse caminho numa jornada
fraterna.
Servirá
também para exprimirmo-nos sem pejo e sem vergonha de, naturalmente porque só
sabemos soletrar, errar,hesitar, tropeçar como neófitos eternos em busca da
luz, da palavra perdida, do GADU que vela por nós.
A
simbologia do ritual que nos guia não creio que tenha sido criado para nos
tolher na demanda, limitar o nosso pensamento ou tornar o silêncio e a
obediência num objectivo em si mesmo.
Podendo
estar errado, ouso dizer que a obediência e o silêncio são, quando bem usados e
na medida certa, alavancas para uma melhor percepção da luz, decorrendo daí
melhor expressão de três elementos fundamentais do eu-coração, espírito, alma.
Sem
este abrir de meu coração, sem a expressão do meu espírito, sem o sopro da
minha alma, não conseguiria aceitar o grau 14.
Esta
é a expressão da minha ignorância, dos meus anseios e da minha esperança e
crença no devir.
ELBF04
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