quarta-feira, 30 de outubro de 2019

ABRIR A ALMA

Federico Eguia
Este balaústre terá talvez pouco a ver com os temas e reflexões propostos dos diversos graus.
Trata de uma interiorização, reflexão e sobretudo um abrir da alma perante o que me rodeia em loja e fora dela.
De há muito, martela no meu cérebro as palavras rituais dos veneráveis no final de cada ritual sobre o campo possível de intervenção e possibilidades que se abre ao maçon no mundo profano.
Poucas vezes encontro fundamento prático, objectivo e fundamentado nos trabalhos das lojas.
Poucas pranchas, estas muitas vezes repetem e refletem o saber adquirido já escrito, raras vezes o aprendiz, companheiro ou mestre abre seu coração. Raras vezes partilha sua vida, sua profissão, seus anseios, suas ideias,seus ideais.
Tenho para mim que o ritual sublime deve inspirar-nos, motivar-nos, encorajar-nos a, descendo ao fundo de nós mesmos, partilharmos esse caminho numa jornada fraterna.
Servirá também para exprimirmo-nos sem pejo e sem vergonha de, naturalmente porque só sabemos soletrar, errar,hesitar, tropeçar como neófitos eternos em busca da luz, da palavra perdida, do GADU que vela por nós.
A simbologia do ritual que nos guia não creio que tenha sido criado para nos tolher na demanda, limitar o nosso pensamento ou tornar o silêncio e a obediência num objectivo em si mesmo.
Podendo estar errado, ouso dizer que a obediência e o silêncio são, quando bem usados e na medida certa, alavancas para uma melhor percepção da luz, decorrendo daí melhor expressão de três elementos fundamentais do eu-coração, espírito, alma.
Sem este abrir de meu coração, sem a expressão do meu espírito, sem o sopro da minha alma, não conseguiria aceitar o grau 14.
Esta é a expressão da minha ignorância, dos meus anseios e da minha esperança e crença no devir.
ELBF04

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