segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

O silêncio: Umas vezes uma virtude, outras nem por isso.

Collado


Na elaboração deste balaústre sobre o SILÊNCIO ficamos naturalmente inclinados para nos debruçar pelas qualidades deste.
Também durante os primeiros anos do nosso percurso maçónico, enquanto aprendizes e companheiros, somos convidados a estar calados, não apenas porque devemos permanecer em silêncio para melhor assimilar tudo aquilo que nos vai sendo revelado, mas também sejamos claros, porque devido a nossa ignorância maçónica, acabaríamos por dizer algumas asneiras. E isto é um facto. Também durante a nossa iniciação e ao longo de todas as sessões recordam-nos da obrigatoriedade de permanecermo-nos em silêncio relativamente a tudo quanto foi visto e dito dentro da nossa Ordem.
Também há a ideia, de que pelo facto de estarmos em silêncio, ouvimos com mais atenção. Particularmente não concordo com este pressuposto. Quantos e quantos, por mais que em silêncio estejam, não ouvem nada daquilo que lhe dizem. Nesta perspectiva penso que mais importante que estar em silêncio é ter a capacidade de ouvir e meditar sobre o que ouve.
Não faltará quem, através de outros balaústres, abordem o silêncio enquanto sinal de prudência, sensatez ou respeito.
Mas e quando o silêncio não é uma virtude mas antes um defeito.
Quando o silêncio é sinal de “estar calado”. De privarmo-nos de expressar aquilo que sentimos ou pensamos.
Quantas e quantas vezes o silêncio é significado de cobardia em denunciar algo ou alguém.
Quantas e quantas vezes o silêncio é significado de ausência de contestação ou de indignação por injustiças praticadas pela sociedade ou pelo ser humano que dela fazem parte.
Quantas e quantas vezes o silêncio é significado de submissão ou de apenas ”deixar andar”. Sim, “deixar andar”. Esta atitude tão comum nos dias de hoje, em deixar que as “coisas” se resolvam por elas, quando geralmente isto não acontece.
Quantas e quantas vezes o silêncio é significado de ausência de ATITUDE.
Pergunto e nós, enquanto homens livres e de bons costumes: Qual a nossa relação com o SILÊNCIO.
ELBF21

1 comentário:

  1. Não é bom que toda a verdade revele tranquilamente a sua essência; e muitas vezes o silêncio é para o homem a melhor decisão.
    Pindaro

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