Ari
Roussimoff
A caminhada em direcção à luz teve inicio no Grau 4,
consagrado ao silêncio e à discrição
0 silêncio é uma virtude aprendida na Maçonaria e que é usada
não só nos trabalhos maçónicos, mas na vida profana. 0 Silêncio Maçónico é a
discrição que conquista a confiança dos que nos rodeiam. Esta virtude
conduz-nos para, silenciosamente, corrigirmos nossos defeitos e usar prudência
e tolerância em relação aos defeitos dos outros, assim, o propagado Silêncio
Maçónico nada mais é do que a profunda atenção que todos nós devemos ter antes
de falar,
Não devemos temer o Silêncio, ficar sozinho com os nossos
pensamentos, senti-los invadir a nossa mente e tentar quebrá-lo com ruído nunca
será uma boa prática a vontade de encontrar o caminho da Luz será sempre
proporcional à utilização do Silêncio como força motriz capaz de promover a
humildade para escutar, analisar, tirar as suas próprias conclusões,
desenvolver a arte de pensar, ter a bondade para melhorar o nosso carácter e a
alegria para crescer
No 5.º grau, pensamos na inevitabilidade da morte e da nossa
necessidade de estarmos preparados para ela, o que pode ocorrer em qualquer
momento. 0 exemplo da perfeição humana é Hiram, que preferiu a morte à perda da
virtude. A designação de "Mestre Perfeito" refere-se à procura da
perfeição que devemos sempre ter e não ao facto de sermos perfeitos.
Se exercermos a nossa atividade em harmonia coma nossa
organização psicológica no meio onde nos inserimos e tendo como salvaguarda o
direito que nos assiste de não sermos impedidos, senão pelos interesses
legítimos e superiores da humanidade, de desenvolvermos a unidade que
espiritualmente constituímos, temos a verdadeira e exata noção do que seja
LIBERDADE.
Todos deverão ter igualdade de direitos à vista da Lei,
todos independentemente da condição financeira, etnia, cargo, hereditariedade,
religião ou outro qualquer fator. Os Homens nascem livres, com direitos iguais
de oportunidade e de justiça; as únicas distinções que a Nossa Augusta Ordem
admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho. A
IGUALDADE que combate a discriminação é um dos pilares indestrutíveis da
Maçonaria.
No Dicionário podemos obter a definição de FRATERNIDADE.
como:
- amor ao
próximo;
- irmandade;
relação de parentesco entre irmãos; relação afetuosa.
Definição que traduz de forma exemplar outro dos pilares da
Nossa Ordem, para a qual devemos estar sempre prontos a sustentá-lo de coração
aberto sempre que tratamos alguém de Irmão
A nossa experiência de pessoas livres ensina-nos a aprender.
Aprendi, até agora, muito pouco, o bastante porém, para saber que há tempo e
espaço para sermos solidários e para (re)inventarmos a esperança e para
erguermos as bandeiras da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. Basta
acreditar. Basta rasgar os horizontes do conhecimento e construir as avenidas
da solidariedade e da compreensão. Poderemos, então caminhar para uma
aproximação da perfeição. É preciso saber curar as cegueiras das paixões pobres
e comuns que nos enevoam a vista. e continuar a trabalhar a pedra.
No Grau 6 testemunhamos como o zelo ao serviço dos outros é
a nobre expressão do desapego pessoal.
Maçonicamente, generosidade é mais do que caridade.
Não retribuamos cada favor com favor idêntico, mas
retribuamos com abundância um favor pequeno que nos façam.
O Homem a quem se deve gratidão tem tudo a seu favor.
No nosso dia a dia quando alguém solicita ajuda, o meu
primeiro impulso é, e será sempre, procurar a melhor forma para dar o meu
contributo a essa solicitação, pode estar, ou não, ao meu alcance satisfazer o
pedido mas certamente irei efetuar o maior esforço para o conseguir.
A realização pessoal, a satisfação e a alegria interior que
obtenho quando foi possível contribuir para ajudar alguém é o maior tributo que
posso receber, não são necessários elogios ou promessas de retribuição, pois a
bondade da ação deve estar ser sempre no Nosso coração .
0 apoio que devemos estar sempre prontos a dar não entra na
coluna do crédito do balancete comum dos nossos dias profanos, ele deve figurar
no auto da nossa estima, no qual nunca constaram atos que atestam falta de
ajuda ou de solidariedade para com o próximo, esses sim dignos de censura.
No final do dia quando passamos em retrospetiva o dia que
termina, deveremos analisar, como respondemos hoje ás solicitações de ajuda que
tivemos? Será que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance?
Será que com pouco mais de esforço, num ou noutro caso,
teria contribuído, para um melhor resultado?
Estamos satisfeitos connosco, ou acreditamos que ainda temos
um caminho a percorrer para que essa alegria interior seja cada vez maior?
Certamente que estas questões levam-me a conhecer a mim
mesmo, corrigir os meus defeitos e os meus erros e desenvolver a virtude e a
verdade.
No Grau 7 tomamos conhecimento que a justiça estrita deve
ser temperada com a clemência. A justiça estrita pode ser a maior injustiça.
Devemos ter cuidado com quem se sente a si próprio melhor
conforme mais erros detetam nos outros.
Um acordo de princípios públicos de justiça, numa sociedade
em que as pessoas divergem, quer quanto aos princípios de justiça, quer quanto
às suas conceções do bem. Como o desenvolvimento dos projetos de existência
depende das circunstâncias em que se encontram as pessoas, e como essas
circunstâncias são intrinsecamente diferenciadas, dados os pressupostos ético -
políticos subjacentes à teoria da justiça como equidade, o acordo não pode
estar fundamentado nessa divergência inultrapassável. Razões pelas quais a
escolha dos princípios da justiça se efetua segundo uma dúvida, que oculta aos
autores da escolha a informação acerca do seu lugar na sociedade, a posição de
classe ou estatuto social, a fortuna ou a distribuição de talentos naturais ou capacidades, a
inteligência, etc., as suas conceções do bem, os pormenores do seu projeto de
vida, as circunstâncias particulares da sua própria sociedade; isto é, os autores
da escolha desconhecem a sua situação económica e o nível de civilização e
cultura que conseguiram atingir, a que geração pertencem. Se, de acordo com a
exigência de imparcialidade, as partes desconhecem o interesse atual na escolha
dos princípios de justiça e, no ideal de equidade, os decisores ignoram as
inúmeras diferenças sociais e naturais interpessoais, o carácter deontológico
da sua teoria expressa-se no facto de a dúvida:
• permitir
que os princípios de justiça sejam, escolhidos independentemente de qualquer
conceção particular do bem.
• fundar a
universalidade e imperatividade dos princípios num sujeito universal,
correspondente à pessoa despojada de circunstâncias particulares;
• salvaguardar,
na escolha, a autonomia dos decisores;
• sublinhar
o ideal de pessoa livre e igual, entendida como um fim em si mesma e não como
um meio. As limitações de informação são necessárias para garantir que é como
pessoas livres e iguais que elas concordam acerca dos princípios básicos de
justiça social;
• evitar as
alianças e negociações durante o processo de escolha, de modo a impossibilitar
a identificação dos princípios de justiça — o da igual liberdade e o da
diferença — a imperativos hipotéticos e a impedir que do acordo se obtenham
vantagens ou desvantagens, resultantes da boa ou má fortuna;
• permitir
a unanimidade da escolha.
No Grau 8 verificamos a importância da educação ou seja, a
transmissão do conhecimento de uma geração para a seguinte.
Como Arquitetos devemos caminhar no sentido do
aperfeiçoamento do Nosso Templo interior desbastando as nossas impurezas e
progredindo no desenvolvimento e aperfeiçoamento moral e espiritual.
É a partir da construção do Nosso Templo que podemos partir
para a construção social, a construção social na sociedade profana e maçónica.
Será nesta construção social que podemos tentar transmitir os Nossos
conhecimentos para que possamos ter uma sociedade mais justa, com capacidade de
olhar para os que mais precisam, menos indiferente e mais pro-activa face aos
problemas atuais.
Toda esta construção só é possível com perseverança,
trabalho, benevolência e humildade.
ELBF02
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