quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

A caminhada em direcção à luz

Ari Roussimoff

A caminhada em direcção à luz teve inicio no Grau 4, consagrado ao silêncio e à discrição
0 silêncio é uma virtude aprendida na Maçonaria e que é usada não só nos trabalhos maçónicos, mas na vida profana. 0 Silêncio Maçónico é a discrição que conquista a confiança dos que nos rodeiam. Esta virtude conduz-nos para, silenciosamente, corrigirmos nossos defeitos e usar prudência e tolerância em relação aos defeitos dos outros, assim, o propagado Silêncio Maçónico nada mais é do que a profunda atenção que todos nós devemos ter antes de falar,
Não devemos temer o Silêncio, ficar sozinho com os nossos pensamentos, senti-los invadir a nossa mente e tentar quebrá-lo com ruído nunca será uma boa prática a vontade de encontrar o caminho da Luz será sempre proporcional à utilização do Silêncio como força motriz capaz de promover a humildade para escutar, analisar, tirar as suas próprias conclusões, desenvolver a arte de pensar, ter a bondade para melhorar o nosso carácter e a alegria para crescer
No 5.º grau, pensamos na inevitabilidade da morte e da nossa necessidade de estarmos preparados para ela, o que pode ocorrer em qualquer momento. 0 exemplo da perfeição humana é Hiram, que preferiu a morte à perda da virtude. A designação de "Mestre Perfeito" refere-se à procura da perfeição que devemos sempre ter e não ao facto de sermos perfeitos.
Se exercermos a nossa atividade em harmonia coma nossa organização psicológica no meio onde nos inserimos e tendo como salvaguarda o direito que nos assiste de não sermos impedidos, senão pelos interesses legítimos e superiores da humanidade, de desenvolvermos a unidade que espiritualmente constituímos, temos a verdadeira e exata noção do que seja LIBERDADE.

Todos deverão ter igualdade de direitos à vista da Lei, todos independentemente da condição financeira, etnia, cargo, hereditariedade, religião ou outro qualquer fator. Os Homens nascem livres, com direitos iguais de oportunidade e de justiça; as únicas distinções que a Nossa Augusta Ordem admite são o mérito, o talento, a sabedoria, a virtude e o trabalho. A IGUALDADE que combate a discriminação é um dos pilares indestrutíveis da Maçonaria.
No Dicionário podemos obter a definição de FRATERNIDADE. como:
-              amor ao próximo;
-        irmandade; relação de parentesco entre irmãos; relação afetuosa.
Definição que traduz de forma exemplar outro dos pilares da Nossa Ordem, para a qual devemos estar sempre prontos a sustentá-lo de coração aberto sempre que tratamos alguém de Irmão
A nossa experiência de pessoas livres ensina-nos a aprender. Aprendi, até agora, muito pouco, o bastante porém, para saber que há tempo e espaço para sermos solidários e para (re)inventarmos a esperança e para erguermos as bandeiras da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. Basta acreditar. Basta rasgar os horizontes do conhecimento e construir as avenidas da solidariedade e da compreensão. Poderemos, então caminhar para uma aproximação da perfeição. É preciso saber curar as cegueiras das paixões pobres e comuns que nos enevoam a vista. e continuar a trabalhar a pedra.
No Grau 6 testemunhamos como o zelo ao serviço dos outros é a nobre expressão do desapego pessoal.
Maçonicamente, generosidade é mais do que caridade.
Não retribuamos cada favor com favor idêntico, mas retribuamos com abundância um favor pequeno que nos façam.
O Homem a quem se deve gratidão tem tudo a seu favor.
No nosso dia a dia quando alguém solicita ajuda, o meu primeiro impulso é, e será sempre, procurar a melhor forma para dar o meu contributo a essa solicitação, pode estar, ou não, ao meu alcance satisfazer o pedido mas certamente irei efetuar o maior esforço para o conseguir.

A realização pessoal, a satisfação e a alegria interior que obtenho quando foi possível contribuir para ajudar alguém é o maior tributo que posso receber, não são necessários elogios ou promessas de retribuição, pois a bondade da ação deve estar ser sempre no Nosso coração .
0 apoio que devemos estar sempre prontos a dar não entra na coluna do crédito do balancete comum dos nossos dias profanos, ele deve figurar no auto da nossa estima, no qual nunca constaram atos que atestam falta de ajuda ou de solidariedade para com o próximo, esses sim dignos de censura.
No final do dia quando passamos em retrospetiva o dia que termina, deveremos analisar, como respondemos hoje ás solicitações de ajuda que tivemos? Será que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance?
Será que com pouco mais de esforço, num ou noutro caso, teria contribuído, para um melhor resultado?
Estamos satisfeitos connosco, ou acreditamos que ainda temos um caminho a percorrer para que essa alegria interior seja cada vez maior?
Certamente que estas questões levam-me a conhecer a mim mesmo, corrigir os meus defeitos e os meus erros e desenvolver a virtude e a verdade.
No Grau 7 tomamos conhecimento que a justiça estrita deve ser temperada com a clemência. A justiça estrita pode ser a maior injustiça.
Devemos ter cuidado com quem se sente a si próprio melhor conforme mais erros detetam nos outros.
Um acordo de princípios públicos de justiça, numa sociedade em que as pessoas divergem, quer quanto aos princípios de justiça, quer quanto às suas conceções do bem. Como o desenvolvimento dos projetos de existência depende das circunstâncias em que se encontram as pessoas, e como essas circunstâncias são intrinsecamente diferenciadas, dados os pressupostos ético - políticos subjacentes à teoria da justiça como equidade, o acordo não pode estar fundamentado nessa divergência inultrapassável. Razões pelas quais a escolha dos princípios da justiça se efetua segundo uma dúvida, que oculta aos autores da escolha a informação acerca do seu lugar na sociedade, a posição de classe ou estatuto social, a fortuna ou a distribuição de talentos naturais ou capacidades, a inteligência, etc., as suas conceções do bem, os pormenores do seu projeto de vida, as circunstâncias particulares da sua própria sociedade; isto é, os autores da escolha desconhecem a sua situação económica e o nível de civilização e cultura que conseguiram atingir, a que geração pertencem. Se, de acordo com a exigência de imparcialidade, as partes desconhecem o interesse atual na escolha dos princípios de justiça e, no ideal de equidade, os decisores ignoram as inúmeras diferenças sociais e naturais interpessoais, o carácter deontológico da sua teoria expressa-se no facto de a dúvida:
• permitir que os princípios de justiça sejam, escolhidos independentemente de qualquer conceção particular do bem.
  fundar a universalidade e imperatividade dos princípios num sujeito universal, correspondente à pessoa despojada de circunstâncias particulares;
    salvaguardar, na escolha, a autonomia dos decisores;
    sublinhar o ideal de pessoa livre e igual, entendida como um fim em si mesma e não como um meio. As limitações de informação são necessárias para garantir que é como pessoas livres e iguais que elas concordam acerca dos princípios básicos de justiça social;
    evitar as alianças e negociações durante o processo de escolha, de modo a impossibilitar a identificação dos princípios de justiça — o da igual liberdade e o da diferença — a imperativos hipotéticos e a impedir que do acordo se obtenham vantagens ou desvantagens, resultantes da boa ou má fortuna;
    permitir a unanimidade da escolha.
No Grau 8 verificamos a importância da educação ou seja, a transmissão do conhecimento de uma geração para a seguinte.
Como Arquitetos devemos caminhar no sentido do aperfeiçoamento do Nosso Templo interior desbastando as nossas impurezas e progredindo no desenvolvimento e aperfeiçoamento moral e espiritual.

É a partir da construção do Nosso Templo que podemos partir para a construção social, a construção social na sociedade profana e maçónica. Será nesta construção social que podemos tentar transmitir os Nossos conhecimentos para que possamos ter uma sociedade mais justa, com capacidade de olhar para os que mais precisam, menos indiferente e mais pro-activa face aos problemas atuais.
Toda esta construção só é possível com perseverança, trabalho, benevolência e humildade.

ELBF02

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